Desperdício alimentar: o Luxemburgo consciente do problema, mas ainda com grande potencial para melhoria

No âmbito do Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar (IDAFLW), que se assinala a 29 de setembro, o Ministério da Agricultura, da Viticultura e do Desenvolvimento Rural encomendou um inquérito sobre o desperdício alimentar e os comportamentos das famílias luxemburguesas.

Este estudo tinha como objetivo compreender melhor os fatores determinantes para o desperdício alimentar nas famílias.

O estudo em resumo

  • 91% das famílias deitam fora produtos alimentares com mais ou menos regularidade.
  • 26% dos inquiridos deitam fora pelo menos um tipo de produto, pelo menos uma vez por semana.
  • 60% das famílias consideram que, desde o início da crise da Covid-19, o desperdício alimentar não evoluiu nem no sentido positivo, nem no sentido negativo.
  • 75% dos inquiridos não sabem qual a definição correta da data-limite de consumo (DLC).
  • 84% das famílias inquiridas consideram que uma grande alavanca para reduzir o desperdício deve ser uma maior consciencialização da população.

A interpretação deste estudo é um pouco contraditória: as famílias inquiridas estão conscientes do problema do desperdício de alimentos e têm boas intenções, mas a verdade é que o desperdício alimentar continua a ser muito alto no Luxemburgo (75% dos resíduos alimentares são provenientes das famílias, 10% das cozinhas coletivas, 8% da restauração, 7% do comércio, segundo o estudo Génération, traitement et prévention des déchets alimentaires 2018/2019 (Geração, Tratamento e Prevenção dos Resíduos Alimentares 2018/2019) da Administração do Ambiente).

É também interessante realçar que o desperdício alimentar é maior nas famílias com crianças, o que se deve principalmente à falta de tempo para planear as refeições com antecedência, mas também ao facto de os mais pequenos terem muitas vezes mais olhos que barriga.

Há-que realçar que este desperdício alimentar contraditório às boas resoluções das famílias luxemburguesas não está associado a um comportamento intencional dos consumidores. Trata-se mais de gestos baseados na falta de informação sobre o transporte de produtos frescos do supermercado até casa, na interpretação das datas de validade, no armazenamento correto dos alimentos e na sobrestimação das necessidades reais no caso de promoções.

Na rúbrica “O que podemos fazer”, pode encontrar gestos simples que permitem a todos reduzir de forma percetível e rápida a quantidade de alimentos deitados fora.

Todos os resultados do inquérito